segunda-feira, 2 de julho de 2012

Artistas da sobrevivência, no Renascimento Italiano

Para quem pensa que existiu só artistas do cacife de Leonardo, Miguelangelo e Rafael no Renascimento, se enganam. Eis o que nos conta Peter Burke em seu livro "O Renascimento Italiano":
Giovanni Caroto
"Em alguns poucos casos, artistas e escritores tinham ocupações um tanto surpreendentes, para não dizer bizarras. O pintor Mariotto Albertinelli foi durante uma Época, estalajadeiro (assim como Jan Steen, na Leiden do século XVII). O pintor Niccolo dell'Abbate, assim como os humanistas Platina e Calcagnini, foi soldado. Outro pintor, Giorgio Schiavone, vendia sal e queijo. O sócio de Giorgione, Catena, parece ter sido vendedor de drogas e especiarias, e Giovanni Caroto de Verona possuía uma farmácia; essa combinação de arte e drogas pode ser explicada pelo fato de algumas farmácias venderem materiais artísticos. Os irmãos Fogolino combinavam seu trabalho de pintores com o de espiões para os venezianos em Trento. Antonio Squarcialupi tinha um açougue alem de tocar orgao e ser compo­sitor; Domenico Burchiello era barbeiro além de poeta cômico. Mariano Taccola era notário além de escultor e engenheiro. Os dramaturgos Giovanni Maria Cecchi e Anton Francesco Grazzini eram respectivamente comerciante de lã e farmacêutico. Essas ocupações são um alerta para que não atribuamos uma condição social elevada demais aos artistas e escritores do Renascimento."

 
Mariotto Albertinelli
Giorgio Schiavone
Domenico Burchiello
   
Antonio Squarcialupi
Jan Steen


Jan Steen é um capitulo a parte, pois não pertence ao Renascimento Italiano, mas de Leiden, Holanda, já período Barroco, século XVI, enquadrando-se no estilo de Pintura de Gênero. Pintor que descreve as muitas de suas historias certamente vivenciadas em sua taberna, com muitas cenas de embriagues e mesmo orgíacas. Seu cachorro sempre assistiu a tudo pacientemente sem saber o que estava acontecendo, como aparece em quase todas suas obras.